GOOGLE GLASS
Uma das formas mais comuns de inovar, imaginar uma nova
tecnologia é de se inspirar das obras de ficção como filmes, romances, etc. O filme “Iron Man” (“Homem de ferro”) é um
exemplo dessas obras que trouxe, entre muitas inovações, o conceito dos óculos
inteligentes.
A maior inovação tecnológica dos últimos anos está sendo
testada e será lançada no início de 2015.
Esta inovação é o “Google Glass”, chamado também de “Project Glass”, ou “Óculos
do Futuro”, ou “Óculos Inteligentes”.
O Google Glass é um computador-com-tela-acoplada-aos-óculos
a exemplo de que foi usado no filme “Homem de Ferro”. São óculos inteligentes desenvolvidos pela
Google e que introduzem um novo conceito chamado “realidade aumentada”. Esses óculos colocam um display (monitor)
levemente acima dos olhos para não prejudicar o contato olho no olho com as
outras pessoas. O Google Glass faz parte
da nova categoria de tecnologias vestíveis.
Esses óculos tem conexão com a Internet, via rede WIFI ou pelo
celular 3G da pessoa via Bluetooth. Eles
permitem aos usuários, por meio de comandos de voz, uma interação com diversos
conteúdo da internet (navegar), tirar fotos, tuitar, gravar vídeos, enviar
mensagens, realizar videoconferências, registrar algo e publicá-lo instantaneamente
nas redes sociais (Google Plus, etc.), etc.
O conceito de “óculos inteligente” vem do Steve Mann do
MIT, considerado um maluco completo e que chegou a desenvolve alguns protótipos.
A inovação da Google é de popularizar
esta tecnologia tornando-a invisível.
Na realidade, a ideia é muito antiga. Já em 1945, o engenheiro Vannevar Bush escreveu um
artigo imaginando um futuro em que os cientistas usariam óculos capazes de
fotografar de forma fácil e instantânea tudo que fosse interessante para seus
trabalhos.
A inovação gerou várias patentes, como registradas pela
Google, como as técnicas de antifurto e de desbloqueio de tela para o
acessório.
Para comercialização do produto, a Google
realizou uma parceria com a maior fabricante de óculos nos Estados Unidos: a italiana
Luxottica que vai projetar, produzir e distribuir uma coleção exclusiva de
armações de óculos das marcas Ray-Ban e Oakley que incorporam esta nova tecnologia
procurando assim unir moda e estilo de vida à inovação tecnológica. Esses óculos estarão avinda nos Estados
Unidos em 2015 e deverão custar cerca de US$ 1,5 mil.
No momento, os óculos da Google estão em fase de testes
realizados por um pequeno grupo de pessoas pelo mundo chamadas
"exploradoras" (“Google Glass Explorer”) e é possível se candidatar
para ser um google explorer.
Apesar desta tecnologia ser fascinante e encantadora, ela
não escapou às críticas, principalmente por ser considerada uma tecnologia
intrusiva. De fato, não será fácil para nós
incorporarem esses dispositivo aos nossos hábitos. Mas o maior obstáculo é no comportamento das
pessoas e nas relações humanas que serão duramente afetadas, pois ninguém se
comporta naturalmente ao saber que está ou poderá ser gravado ou filmado,
i.e. mudamos a voz, se apresentamos
melhor, confidenciamos menos, seremos menos espontâneos, etc.
Esta ameaça à privacidade fez a Google produzir o “manual de
etiqueta” para o usuário do Google Glass, com dicas muito simples
como: “não passe muito tempo vidrado no Glass, ou você vai parecer esquisito
para quem estiver olhando”; “não seja rude: você não pode entrar com o Glass em
locais onde o uso de câmeras ou celulares não é autorizado”, etc.
A tecnologia está sendo utilizada hoje em um dos maiores
hospitais dos Estados Unidos, o hospital Beth Deaconness Medical Center (BIDMC)
de Boston, testando o Google Glass no setor de urgência e emergência. Os óculos executam uma versão do software do
hospital. Um código QR é colocado na
entrada de cada apartamento de emergência.
O Google Glass leia o código na parede, identifica o paciente e consequentemente
mostra suas informações, como diagnóstico, dados do paciente, resultados de
exames, etc. Os médicos visualizam as
informações do prontuário dos pacientes pelos óculos de realidade aumentada. A vantagem aqui é de permitir mais contato do
médico com o paciente, que em lugar de ficar olhando para um tablete, etc. ele
pode olhar ao paciente face-a-face ao mesmo tempo que ele ler o seu prontuário
no Glass.
As vantagens são muitas.
Os médicos poderão, durante uma cirurgia, receber informações
importantes, ao mesmo tempo que eles realizam a operação. Da mesma forma, policiais podem estar
recebendo informações visuais importantes em tempo real sem precisar se
distrair durante uma operação crítica, etc. Esta tecnologia pode ser útil também
para muitos profissionais como biólogos, engenheiros, professores, bancários,
etc.
Outras tentativas para implantação desta tecnologia estão
sendo realizadas. Embora esta informação
não foi confirmada ainda, mas parece que a Samsung vai lançar, durante o IFA
2014 (maior congresso mundial de tecnologia e inovação) em Berlim, óculos
inteligentes chamados “Galaxy Glass” para concorrer com o “Google Glass”.
A exemplo do relógio inteligente que a Samsung já produziu:
o “Samsung Galaxy Gear”, o “Galaxy Glass” deve permitir integração com
smartphones permitindo assim aos usuários de fazer ligações telefónicas, atender
telefonemas, ao mesmo tempo que eles navegam na internet, etc.
Com um preço de R$ 1.299, o Galaxy Gear é um relógio
inteligente da Samsung que funciona integrado com um smartphones da linha
Galaxy. Ele tem uma tela sensível ao
toque de 1,6 polegadas (320 x 320 pixels) permitindo ao usuário de enviar
e-mails, fazer anotações, realizar ligações telefônicas, etc. O Galaxy Gear dispõe de uma câmera de 1,9
megapixel que fica na pulseira do relógio.
A primeira lição disso é que, hoje, o computador não é mais
apenas aquele aparelho grande, pesado, e barulhento que ocupa espaço no seu
quarto ou na sua mesa do escritório. Estamos
avançando muito na miniaturização dos dispositivos tecnológicos e, em um futuro
não muito longe, estaremos trabalhando com equipamentos na escala nano (10-9m) invisíveis
ao olho nu graças à nanotecnologia.
O poder de processamento, hoje, é tão grande (e ele não
deixa de crescer a cada dia) que qualquer smartphone é capaz de realizar
funções típicas de um desktop. Como as
câmeras digitais e filmadoras estão sendo substituídos gradativamente pelos
celulares e tablets, o mesmo deve acontecer com os Desktops.
Os óculos inteligentes da Google irão se integrar
rapidamente ao cotidiano das pessoas. Quanto
às críticas, digo que nós não devemos criticar a tecnologia, apenas cabe a nós de
se disciplinar e criar as regras adequadas que garantam o bom senso e bem-estar
da nossa sociedade. Isto é muito mais
eficaz de que proibir ou condenar uma tecnologia. Além disso, nós não podemos criticar o futuro
sem saber como ele é realmente.
Concordo sobre o fato de que nós não podemos pensar usá-los
permanentemente, mas, precisamos derrubar os mitos que parecem cercar esta
tecnologia: invasão de privacidade, distração do usuário, etc.
É fato, basta observar que o que era uma inovação há
centenas de anos, hoje é apenas um elemento do cotidiano.