sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

REDE NEURAL ARTIFICIAL CAPAZ DE APRENDER SOZINHA É DESENVOLVIDA POR EMPRESA DO GOOGLE

Tecnologia foi capaz de aprender a jogar games sem ter sido programada para tal
Cientistas britânicos desenvolveram uma rede neural artificial (RNA) capaz de aprender a jogar diversos videogames em nível comparável ao de um expert, sem ter sido previamente programada para isso, segundo estudo divulgado pela revista"Nature".
A DeepMind Technologies, empresa adquirida pelo Google em janeiro de 2014, combinou técnicas de aprendizagem computacionais já conhecidas com mecanismos inspirados na biologia para conseguir que seu "agente artificial" aprendesse a jogar 49 jogos clássicos do videogame Atari 2600.
O sistema é capaz de descobrir o objetivo do jogo e dominar seus controles, sem contar com nenhuma outra informação além das que aparecem na tela e a pontuação da partida. Graças aos mecanismos de adaptação e aprendizagem, a máquina atua em um nível comparável ao de um expert em videogames.
Os criadores do sistema destacaram que a aplicação da inteligência artificial aos videogames é apenas uma demonstração da potência de seu algoritmo, que pode ser designado para outro tipo de uso ou função.
Demis Hassabis, um dos desenvolvedores, explicou em entrevista coletiva que sua rede neural é um artefato de natureza distinta de outras máquinas, como o conhecido Deep Blue - computador que em 1996 derrotou pela primeira vez um campeão mundial de xadrez, o russo Gary Kasparov.
"A diferença é que as habilidades do Deep Blue estavam programadas de antemão. Uma equipe de engenheiros e professores de xadrez aplicou todo seu conhecimento em um algoritmo que era executado com sucesso, mas sem precisar aprender nada", afirmou Hassabis.
"Nossa sistema, por outro lado, começa do zero, sem nenhuma informação. Conta somente com a experiência perceptiva. Ele precisa aprender apenas quais padrões deve seguir. A ideia é que possa se adaptar a situações inesperadas", acrescentou.
O pesquisador disse que os sistemas de redes neurais artificiais são "mais humanos" que outros tipos de programas de inteligência artificial, porque assimilam o mundo que os rodeia e encontram um modelo que os permite tomar decisões.
No caso dos videogames, o sistema aprende que determinadas ações são mais recomendáveis, de acordo com a pontuação que alcança em cada partida.
Com essa estratégia, é capaz de se sobressair em jogos de todos os tipos: de plataformas, disparos, boxe ou corridas, o que demonstra que "uma única arquitetura pode desenvolver ótimas táticas para uma ampla variedade de situações", afirmou Hassabis.
"O sistema pode ser usado para qualquer tarefa que envolva tomadas de decisões sequenciais. Não programamos nada específico para jogar videogames de Atari. É um programa de aprendizagem geral", disse Koray Kavukcuoglu, funcionário da DeepMind.
A empresa é propriedade do Google desde o ano passado, que a adquiriu por cerca de R$ 1,5 bilhão em um leilão, do qual também participaram outras grandes companhias do setor tecnológico, como o Facebook.

Veja mais: http://revistagalileu.globo.com/Tecnologia/noticia/2015/02/rede-neural-artificial-capaz-de-aprender-sozinha-e-desenvolvida-por-empresa-do-google.html

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

FALTA DE ESCREVER À MÃO 'PODE PREJUDICAR DESENVOLVIMENTO CEREBRAL DAS CRIANÇAS'

 Uma pesquisa americana sugere que o uso excessivo de teclados e telas sensíveis ao toque em vez de escrever à mão, com lápis e papel, pode prejudicar o desenvolvi-mento de crianças.
A neurocientista cognitiva Karin James, da Universidade de Bloomington, nos Estados Unidos, estudou a importância da escrita à mão para o desenvolvimento do cérebro infantil.
Ela estudou crianças que, apesar de ainda não alfabetizadas, eram capazes de identificar letras, mas não sabiam como juntá-las para formar palavras.
No estudo, as crianças foram separadas em grupos diferentes: um foi treinado para copiar letras à mão enquanto o outro usou computadores.
A pesquisa testou a capacidade destas crianças de aprender as letras; mas os cientistas também usaram exames de ressonância magnética para analisar quais áreas do cérebro eram ativadas e, assim, tentar entender como o cérebro muda enquanto as crianças se familiarizavam com as letras do alfabeto.
O cérebro das crianças foi analisado antes e depois do treinamento e os cientistas compararam os dois grupos diferentes, medindo o consumo de oxigênio no cérebro para mensurar sua atividade.
Respostas diferentes
Os pesquisadores descobriram que o cérebro responde de forma diferente quando aprende através da cópia de letras à mão de quando aprende as letras digitando-as em um teclado.
As crianças que trabalharam copiando as letras à mão mostraram padrões de ativação do cérebro parecidos com os de pessoas alfabetizadas, que conseguem ler e escrever.
Este não foi o caso com as crianças que usaram o teclado.
O cérebro parece ficar "ligado" e responde de forma diferente às letras quando as crianças aprendem a escrevê-las à mão, estabelecendo uma ligação entre o processo de aprender a escrever e o de aprender a ler.
"Os dados do exame do cérebro sugerem que escrever prepara um sistema que facilita a leitura quando as crianças começam a passar por este processo", disse James.
Além disso, desenvolver as habilidades motoras mais sofisticadas necessárias para escrever à mão pode ser benéfico em muitas outras áreas do desenvolvimento cognitivo, acrescentou a pesquisadora.
As descobertas da pesquisa podem ser importantes para formular políticas educacionais.
"Em partes do mundo, há uma certa pressa em introduzir computadores nas escolas cada vez mais cedo, isto (esta pesquisa) pode atenuar (esta tendência)", disse Karin James.
Muitas escolas americanas já transformaram o ensino da escrita à mão em alternativa opcional para professores. Por isso, muitos educadores não ensinam mais caligrafia.
Uma solução poderia ser usar algum programa em um tablet que simulasse o ato de escrever à mão.

Mas, pelo que a pesquisa da cientista sugere, nada parece substituir o aprendizado com a escrita à mão.
Leia mais em:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/02/150212_gch_criancas_teclados_fn

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

COMO ILUMINAR UM QUARTO POR 40 DIAS SÓ COM UMA BATATA


Por: Jonathan Kalan

O pesquisador Haim Rabinowitch      e seus colegas dedicaram os últimos anos para tentar criar aparelhos "movidos a batata" - extraindo energia elétrica do tubérculo.
A ideia parece absurda, mas o cientista da Universidade Hebraica de Jerusalém em Israel, diz que, com placas de metal, fios e lâmpadas, é possível gerar energia assim.
"Uma batata tem potência suficiente para iluminar um quarto com lâmpada LED por 40 dias", diz o Rabinowitch.
Os princípios desta técnica já são ensinados há anos nos colégios e conhecidos desde 1780, quando o italiano Luigi Galvani fez as primeiras experiências do tipo. Mas a tecnologia desenvolvida em laboratório aumenta muito a potência.
A bateria com material orgânico é criada com auxílio de dois metais: um ânodo (um metal como zinco, com eletrodos negativos) e um cátodo (cobre, que possui eletrodos positivos). O ácido dentro da batata forma uma reação química com o zinco e o cobre que libera elétrons, que fluem de um material para o outro. Nesse processo, a energia é liberada.
Em 2010, os cientistas da universidade de Jerusalém começaram a fazer experiências com diversos tipos de batatas para descobrir como aumentar a eficiência energética.
Eles descobriram que uma medida simples - cozinhar as batatas por oito minutos - quebra os tecidos orgânicos e reduz a resistência, facilitando o movimento dos elétrons e produzindo mais energia.
Outra mudança pequena - fatiar a batata em quatro ou cinco pedaços - aumentou a eficiência energética em até dez vezes.
Esses testes conseguiram comprovar que pode ser economicamente viável usar as batatas como fontes de energia.
"É energia de baixa voltagem, mas é suficiente para construir uma bateria que poderia carregar telefones celulares ou laptops em lugares onde não há rede de energia", diz Rabinowitch.
A análise de custos que eles fizeram sugere que uma batata cozida ligada a placas de cobre e zinco pode gerar energia a um custo de US$ 9 por quilowatt-hora. O custo da energia gerada por uma pilha alcalina AA de 1,5 volt chega a ser 50 vezes maior. As lâmpadas de querosene - usadas em muitos ambientes remotos para iluminação - costumam ser seis vezes mais caras.
Alimento ou fonte de energia
Por que, então, as batatas não são usadas em todo o mundo como fonte de energia?
O mundo produziu, em 2010, 324 milhões de toneladas de batatas. O alimento é plantado em 130 países. É barato, fácil de ser estocado e dura muito tempo.
Com 1,2 bilhão de pessoas sem acesso a luz elétrica no mundo, a batata poderia ser a resposta. Rabinowich sugere que a falta de divulgação sobre a potencial da batata como fonte de energia elétrica é parte do problema.
Mas autoridades dizem que a questão é mais complexa.
Com tanta fome no mundo, o uso de alimentos como fonte de energia é polêmico.
"A primeira pergunta a se fazer é: há batatas suficientes para comermos", pergunta Olivier Dubois, autoridade em recursos naturais da FAO, agência da ONU para agricultura e alimentos.
Há lugares em que isso seria impraticável. No Quênia, a batata só perde para o milho como fonte de alimentação.
Em outros países, há pesquisas para explorar a criação de energia com alimentos abundantes localmente. No Sri Lanka, pesquisadores estudam a forma de otimizar o uso da energia elétrica com bananas. As mesmas técnicas - cozinhar e fatiar - funcionaram.
Os custos de se desenvolver uma tecnologia desse tipo e distribuir entre pessoas que necessitam de energia elétrica podem parecer economicamente viáveis. Fabricar placas de zinco e cobre é mais barato do que uma lâmpada de querosene. Mas ainda há outro tipo de resistência à técnica.
Gaurav Manchanda vende painéis solares no Quênia, que são colocados nos telhados de casas. Ele diz que muitos dos seus clientes não procuram apenas seu produto devido à eficiência energética ou preço.
"Eles precisam ver valor no produto, não só em termos de desempenho, como também de status social", conta Manchanda. Uma bateria a base de batatas não é algo que impressione muito a vizinhança.
Veja mais. 
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/10/141020_vert_fut_batatas_energia_dg



segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

POR UMA SOCIEDADE MAIS JUSTA E HUMANA


Por: Prof. Dr. Sofiane labidi
A paz no mundo jamais será alcançada por imposição, mas sim pela promoção da igualdade e da justiça social.
A exploração do homem e as desigualdades são os principais fatores causadores da pobreza e conseqüentemente do atraso da nossa sociedade contemporânea.
Construir uma sociedade mais justa e igualitária baseada no conhecimento e pautada pelo respeito e pela solidariedade, são princípios essenciais para o exercício de uma cidadania plena e responsável.  O respeito e a proteção à equidade e aos direitos humanos são bases essenciais de uma sociedade justa e humana.
Infelizmente, o mundo atual é marcado por profundas desigualdades que impedem a paz.  80% das riquezas disponíveis estão nas mãos de 20% da população. O sintoma mais grave do atraso é a existência da pobreza. Dos 7 bilhões de habitantes do nosso planeta azul, 2/3de nossa gente vive abaixo da linha da pobreza, i.e., com renda diária percapita abaixo de R$ 3,00.
A Ciência está avançando a passo acelerados.  O homem chegou à Lua e está se aproximando do planeta Marte.  Porém, não há nutrientes suficientes para cerca de 1,3 bilhões de pessoas que continuam sobrevivendo em situação permanente de insegurança alimentar e nutricional. Dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura (FAO) revelam que a cada hora morrem mil seres humanos em conseqüência da desnutrição, dos quais, anualmente, 5 milhões são crianças com menos de 5 anos de idade. Isso é assustador.  Assim, entre as quatro causas de morte precoce: doenças, acidentes, violência, e fome; esta última é a que causa mais vítimas no mundo.  O que gera muita estranheza é que isso não ocorre devido à falta de alimentos.   A FAO assegura que o planeta produz alimentos suficientes para 11 bilhões de pessoas, bem mais de que os 7 bilhões da população atual.
Os indicadores sociais colocam o Brasil como o país que tem a segunda pior distribuição de renda do mundo, atrás apenas de Serra Leoa. De fato, os 20% mais ricos da população brasileira detêm 65% da rendatotaleos50%mais pobres ficam com apenas 12%.Assim reflete o índice GINI do Brasil que é igual a0,567.O GINI é um coeficiente criado, em 1912, pelo matemático italiano Conrado Gini para medir o grau de desigualdade existente na distribuição de renda. Seu valor varia de 0, quando não há desigualdade (a renda de todos os indivíduos tem o mesmo valor), a 1, quando a desigualdade é máxima (i.e. apenas um indivíduo detém toda a renda da sociedade e a renda de todos os outros indivíduos é nula). O índice GINI pode ser utilizado para medir qualquer tipo de desigualdade.
Portanto, o Brasil tem o segundo pior índice GINI do mundo e só é melhor que a Sierra Leo em distribuição de Renda. Essas concentrações de riquezas e desigualdades tornam-se ainda mais intensas quando se compara comunidades da Federação. Os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, com 3,4% do território nacional, concentram 30% da população do paíse45% do seu poder de compra. O Estado de São Paulo é responsável pela produção de 50% da produção científica brasileira.  Em termos de Produto Interno Bruto-PIB, observa-se que os índices percapita variam de R$ 1.402,00, no Maranhão, a R$ 10.935,00, no Distrito Federal. O Índice de Desenvolvimento Humano –IDH varia de 0,633 (no Alagoas) a 0,844 (no Distrito Federal).
Portanto, o Maranhão é, desde 1985, o Estado como pior PIB percapital do País e o pior IDH (0,64). Apesar de uma melhoria no índice GINI que passou de 0,62 em 2001 a 0,57em2004 e de seu IDH que atingiu 0,700 em 2006, o Maranhão continua sendo um dos piores estados em distribuição de renda. Em realidade, a distribuição de renda é a que coloca o Maranhão em situação mais precária, como o estado mais pobre da Federação.
De acordo com dados da Pnad/IBGE (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), no Maranhão, de um total de 6,2 milhões de habitantes, 3,5 milhões de pessoas são consideradas pobres (renda mensal a baixo de R$ 80,00) e 1,7milhões indigentes ou extrema pobreza, segundo o critério de renda. Em nível nacional, esses percentuais são de 33% e 13%, respectivamente. Trata-se, portanto, do Estado com os piores índices sociais do país, apesar de ser considerado o segundo Estado economicamente mais viável do Nordeste.
Em face deste quadro crítico, e para diminuir estas diferenças, é necessário que as políticas públicas cheguem a todas as esferas da sociedade, proporcionando igualdade de oportunidades para todos. Na sociedade moderna, o acesso ao conhecimento implica em uma nova forma de ser e de se comportar no mundo.
Portanto, a educação, a ciência e a difusão do conhecimento são as verdadeiras ferramentas com as quais será possível superar as desigualdades e ampliar as oportunidades de crescimento nos diferentes níveis sociais. Não há como falar em crescimento socioeconômicos e uma popularização da ciência e a capacitação tecnológica dos cidadãos, assim com  o fomento do acesso às novas tecnologias e oportunidades.  As riquezas e os avanços técnico-científicos não devem beneficiar apenas uma parcela mínima da população, mas sim a toda sociedade.

Precisamos portanto de um movimento mais amplo de democratização e de construção de uma sociedade justa e humana.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

GEOPROCESSAMENTO


Por: Prof. Dr. Sofiane Labidi
        
    Em um país de dimensão continental como o Brasil onde há escassez de informações adequadas para realização de estudos específicos e tomada de decisão, o Geoprocessamento se apresenta como uma alternativa bastante viável e com um enorme potencial para remediar a tais questões.
          O geoprocessamento é definido como o tratamento de dados georreferenciados onde cada objeto, além de ser descrito pelas suas características específicas, é também representado pela sua localização geográfica no seu território. As atividades envolvendo o geoprocessamento são executadas por meio de sistemas computacionais chamados de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) que armazenam as informações em um banco de dados geográfico.
         Os SIGs trabalham com mapas e informações associadas a estes mapas, e têm como objetivo proporcionar ao usuário comum uma exploração fácil e agradável de dados geográficos (dados cartográficos, de satélite, etc.).  Assim, o usuário pode solicitar a visualização de mapas e criar gráficos a partir dos dados geográficos gerados e armazenados pelo sistema.  Os Bancos de Dados Geográficospermitam um acesso online e consequentemente podendo seratualizados em tempo real.
        Assim, os sistemas de informação geográfica tem a vantagem de facilitar a análise, representação, e gestão do espaço além de oferecer uma maior acessibilidade e interação visual com os dados.  É, portanto, uma grande ferramenta de auxilio à tomada de decisões.
         Na área educacional, por exemplo, um sistema georreferenciado por meio de fotos aéreas pode ajudar no planejamento administrativo das escolas.  O sistema permite uma localização espacial das escolas no mapa e disponibiliza as informações sobre alunos, professores, funcionários, histórico escolar, linhas de ônibus servindo cada escola, serviços administrativos disponíveis, etc.
        O SIG pode ser acessado online pelas pessoas autorizadas e implicará em um melhor planejamento dos investimentos educacionais, matrícula dos alunos nas escolas mais próximas de suas casas, gerenciamento dos recursos humanos e financeiros, etc.
         As aplicações são as mais variadas e o ordenamento e gestão territorial é uma das aplicações pioneiras do geoprocessamento.  É um SIG onde é montada uma base cartográfica geoprocessada que reproduz um território (um órgão, uma cidade, um estado, etc.) identificando lotes, construções, estradas, rios, bacias, redes de infraestrutura, propriedades rurais, etc.  Isso é muito útil para o planejamento urbano e ordenação do uso do solo inclusivo nos aspectos jurídicos (revisão da legislação, novas leis, etc.).  Na china, as prefeituras usam o SIG para visualizar a evolução de suas cidades em uma perspectiva de até 50 anos.  E quando as tecnologias de “Geoprocessamento” de “Realidade Virtual” são acopladas, torna-se possível fazer visitas virtuais à cidade do futuro.  Tudo isto é muito importante para fazer, já no presente, as correções adequadas para evitar os problemas do futuro.
           A nível fiscal, o geoprocessamento é tão importante ao ponto de ajudar estados e municípios a otimizar a arrecadação.  Usando uma base cartográfica com informações necessárias para revisão periódica da planta genérica de valores permitindo um aumento da receita.
          A partir da incorporação de informações socioeconômicas e sobre equipamentos e patrimônio, o SIG possibilita uma gestão do patrimônio públicocom uma visualização e uma localização fácil das áreas, identificando aquelas com nível de carência e os melhores locais para instalação de novos equipamentos e novos serviços públicos baseando-se em critérios de necessidade e acessibilidade os locais.
      O geoprocessamento é interessante também na gestão ambiental e de recursos hídricos, usando imagens de satélite possibilitando o monitoramento das áreas de risco e das áreas degradadas com maior necessidade de proteção ambiental acompanhando a evolução de parâmetros como erosão do solo, poluição da água e do ar, disposições irregulares de resíduos para tomada de decisão e gerenciamento de serviços de limpeza definindo roteiros de coleta, etc.
            Um SIG pode ajudar também no gerenciamento do transporte público usando uma base cartográfica ampliando a qualidade e a agilidade das decisões tomadas, observando a demanda pelo transporte coletivo, carregamento das vias, identificação de pontos críticos de acidentes e vias com maior necessidade de manutenção.
      O geoprocessamento pode servir também na ouvidoria e na gestão da comunicação com o cidadão.  O sistema mostra de forma transparente as ações do governo e fica na escuta das reivindicações, reclamações e sugestões dos cidadãos que são recebidas online, possibilitando a análise, agrupamento e visualização com base de vários critérios como bairro, sexo, faixa etária, etc. atuando como um instrumento de controle social e levandoà instauração de uma melhor relação do governo com o cidadão.
          Um SIG incorporando os dados socioeconômicos permite de traçar mapas como a da pobreza, da inclusão digital, da bolsa família, do analfabetismo, da habitação, da saúde, do idoso, da juventude, das drogas, etc. ajudando na elaboração das politicas públicas com identificação do público alvo.
        Os SIGs constituam hoje uma ferramenta tecnológica de extrema importância e utilidade para o planejamento de investimentos públicos e tomada de decisão. De modo geral, qualquer setor que trabalhe com informações que possam ser relacionadas a pontos específicos do território podee deve beneficiar desta tecnologia.
        No Maranhão, a secretaria estadual da educação está de parabéns ao fazer um grande esforço para mapear cada escola e cada aluno como todas as informações que eles representam.  É um trabalho extraordinário que, certamente, mudará a gestão da educação maranhense ajudando no diagnóstico situacional e na tomada de decisão.  O Macro Zoneamento do estado que está sendo iniciado também vai ser muita valia para uma verdadeira gestão moderna e real para todos os órgãos do governo.

          Com uma dimensão territorial igual a de vários países europeus, nosso estado é o oitavo maior estado do País e necessita, portanto,de um grande avanço na área para ajudar na tomada de decisão e na resolução de seus problemas urbanos, rurais, recursos hídricos, agrícolas, ambientais, etc.  Todos os órgãos e municípios precisam desta tecnologia para melhor planejar suas ações e ajudar na tomada de decisões.  É o conhecimento e a tecnologia a serviço da cidadania.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

APRENDO, LOGO EXISTO


Por: Prof. Dr. Sofiane Labidi
       Sem percebermos, estamos no meio de uma revolução com consequências importantes para sociedade.  O filósofo Pierre Levy afirma que a informatização da sociedade é um processo irreversível. Não há hoje como parar esta revolução causada pelo avanço tecnológico.  Porém, podemos e necessitamostomar as providências necessárias para evitar qualquer desgaste e tirar proveito desta transição à sociedade do conhecimento, evitando uma fratura social que seria fatal para humanidade.
          O mundo que vivemos está em mutação constante e, para que todos se adaptem, precisamos mais de que nunca de uma educação de qualidade.  As exigências são grandes e os desafios são enormes.  Precisamos estar muito atentos aos avanços tecnológicos que vêm evoluindo em uma velocidade dinâmica.  Entretanto, precisamos estar cientesdas potencialidades e das possibilidades que asnovas tecnologiasoferecem edas quais todos nós devemos serusuários.  É a educação no centro de tudo.
         No entanto, o relatório Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD/ONU),coloca o Brasil na 73a posição entre 169 países, ena 11aentre os países da América Latina, com valor de 0,699 em uma escala de 0 a 1.  O IDH é um mecanismo desenvolvido por um economista paquistanês e adotado pela ONU desde 1993 para medir o bem-estar da sociedade.
        Entre os três fatores pilares do cálculo do IDH (renda, saúde, e educação),o PNUD observou que éno pilar educação que o Brasil tem um desempenho mais fraco impedindo o país de estar no grupo dos IDHs mais altos.
      O gargalocontinua sendo a escolaridade e a qualidade do ensino.A expectativa de vida escolar é de 13,8 anos e aescolaridade média para adultos (acima de 25 anos) é de 7,2 anos de estudo.  Quanto ao rendimento anual,eleatingiuos US$ 10,607.00 per capita, e a expectativa de vida aumentou para 72,9 anos.
    Segundo o mesmo relatório, o IDH do Brasil apresenta uma tendência de crescimento sustentável.Porém, 8,5% da população são pobres e sofrem carênciasnos três setores: saúde, educação e renda, sendo a educação o setor que mais pesa na pobreza.
        Vale ressaltar que o cálculo do IDH sofreu algumas alterações para melhor avaliar a educação adotando novos parâmetros, principalmente qualitativos.  Por exemplo, o foco não é mais dado à taxa de matrícula e alfabetização. Ao contrário, o novo IDH Educação propõe um modelo no qual se tenta verificar se os alunos estudem mais e com melhor qualidade.  Assim, não basta matricular muitas crianças e jovens na escola para ter um IDH alto, é preciso também que eles estejam nas séries adequadas.
         Apesar do país ter subido quatro posições no ranking, o relatório aponta sérios problemas na educação brasileira principalmente em relação à qualidade de ensino e a taxa de escolaridade.  Isto explica os baixos índices de avaliação educacional tanto nacionais como internacionais.Por exemplo, a péssima classificação de nossos estudantes das escolas públicas nas avaliações realizadas pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), realizada nos países membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
          Precisamos acabar urgentemente com um desastre chamado analfabetismo, pois o Brasil é um dos países com maior número de analfabetos absoluto no mundo.A obrigatoriedade do ensino dos 4 aos 17 anos, aprovada pelo governo é um passo importante.Verifica-se, também, que segundo dados do Ministério da Educação (MEC), o Brasil tem cerca de 300 mil professores sem habilitação universitária ou com um título não adequado à disciplina lecionada.  Isto é um dos fatores da baixa qualidade do processo de ensino-aprendizagem.  Deste modo, precisamos de excelentes programas de qualificação para nossos professores além de investir seriamente na Educação Continuada até a aposentadoria.
        Devemos ter professores satisfeitos com salários e condições de trabalho dignos da nobre missão que eles estão desempenhando na sociedade. Também, devemos incentivar o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), seja na educação formal ou na educação continuada, pois o seu uso ainda é muito limitado.  As TICs permitem novas abordagens pedagógicas privilegiando a aprendizagem e a colocando no centro do processo educacional.

         Assim, como dizia o matemático e filósofo francês René Descartes, fundador da filosofia moderna e da geometria analíticano início do século 17,“penso, logo existo”,eu diria então “aprendo, logo existo”, para enfatizar o quanto é importante e crítico ter um olhar mais sério e compromissado com a educação.  Isto levaria à implantação de um sistema educacional de qualidade, moderno, mais justo eque possa oferecer oportunidades iguais para que todos pudessem enfrentar os desafios da sociedade do conhecimento.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

A COOPERAÇÃO CIENTÍFICA E O DESCASO

Por: Prof. Dr. Sofiane labidi


Dr. Sofiane Labidi. Professor universitário e pesquisador, escreve no Jornal Pequeno aos domingos.
Apesar de a cooperação internacional ser um conceito antigo, seu significado moderno traz uma nova perspectiva baseada no apoio ao desenvolvimento e é hoje uma importante ferramenta de relacionamento entre os povos buscando alcançar níveis de desenvolvimento humano cada vez mais satisfatórios.
A criação, em 1945, da Organização das Nações Unidas (ONU) como consequência da primeira e segunda guerra mundial e das crises econômicas, trouxe um novo ordenamento nas relações internacionais baseado na paz, na cooperação, e na perspectiva de uma atuação comum e solidária entre os povos.
Mas, afinal, o que é cooperar?
Por que os seres humanos cooperam?
Cooperar é “atuar conjuntamente com outros para conseguir um mesmo fim”.
Os seres humanos cooperam para satisfazer necessidades ou realizar ações de interesse comum. A cooperação internacional é uma cooperação que acontece entre diversos países para realização de ações de interesses comuns.
Por exemplo, uma cooperação internacional que visa aumentar o grau da transparência nos mercados financeiros pode ajudar na redução das perdas econômicas e no enfrentamento às crises financeiras.
Nos últimos anos, a prática da cooperação internacional sofreu transformações, se diversificou, e foi além do simples conceito da ajuda humanitária. Atualmente, ela é baseada no desenvolvimento sustentável e no apoio à capacidade individual e das comunidades no intuito de construir um mundo mais equilibrado e mais justo.
A cooperação internacional é muito importante, pois pode tratar de questões essenciais como a paz, segurança, erradicação da pobreza, erradicação do analfabetismo, saúde humana, sustentabilidade ambiental, democratização, desenvolvimento tecnológico, direitos humanos, etc. contribuindo também no apoio à implantação de boas políticas no plano nacional.
A cooperação científica e tecnológica é atualmente um dos setores mais importantes e mais desenvolvidos da cooperação internacional e é explorada de várias formas como o apoio à mobilidade de pesquisadores no desenvolvimento conjunto de pesquisas, a capacitação de recursos humanos de alto nível, a participação conjunta em organismos internacionais, o desenvolvimento de pesquisas em parceria, etc.
Isto é o propósito de um dos programas de cooperação técnico-científica mais arrojado do mundo que é o Programa brasileiro “Ciências sem Fronteiras” criado pelo governo federal em 2011 e cujo objetivo é fortalecer a ciência brasileira por meio do intercâmbio e da mobilidade internacional.
O Programa está investindo 3,2 bilhões de reais até o final de 2015 e prevê a concessão de até 101 mil bolsas (75 mil do Governo e 28 mil da iniciativa privada) em um período de quatro anos para promover intercâmbio tanto de professores pesquisadores como também de alunos de graduação e pós-graduação para fazerem estágio no exterior e manter contato com grandes centros educacionais e de pesquisa no mundo principalmente em relação à tecnologia e inovação.
Além disso, o Programa apoiará a fixação de pesquisadores do exterior no Brasil e o estabelecimento de parcerias entre os pesquisadores brasileiros e estrangeiros nas áreas prioritárias definidas pelo Programa.
O Maranhão não deve está desconectado do Brasil e do mundo. Precisamos participar de um destino planetário que nós é imposto e que exige de nós de assumir muita responsabilidade na busca da excelência e de um futuro melhor para todos.
Infelizmente, nossas universidades estão sendo tímidas neste quesito tão importa que move o mundo atual.
A UFMA está na contramão da história. Seus programas de cooperação internacional estão praticamente parando e o número dos alunos e professores beneficiados é muito fraco. Estamos interagindo muito pouco com o Brasil e com o Mundo e há uma falta tremenda de interesse e de incentivo a este quesito fundamental na formação do cidadão do século XXI e no desenvolvimento de projetos de pesquisa de alta relevância.
Também não há interesse na implantação de programas de bi-diploma onde o aluno participa da grade de dois cursos de duas universidades parceiras e recebe no final do curso dois diplomas i.e. um de cada universidade.
Isto e outros sérios problemas, explicam o descaso que vive nossa universidade federal e que levou a UFMA a atingir seu pior IGC da história com a nota 2,7. O IGC é o principal indicador do MEC para a avaliação do avanço das universidades.
É muito triste o descaso que vive a nossa universidade que, no passado, já foi uma das maiores universidades do nordeste e que, hoje, nem figura entre as primeiras universidades do Maranhão. Lamentável!


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