segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

A COOPERAÇÃO CIENTÍFICA E O DESCASO

Por: Prof. Dr. Sofiane labidi


Dr. Sofiane Labidi. Professor universitário e pesquisador, escreve no Jornal Pequeno aos domingos.
Apesar de a cooperação internacional ser um conceito antigo, seu significado moderno traz uma nova perspectiva baseada no apoio ao desenvolvimento e é hoje uma importante ferramenta de relacionamento entre os povos buscando alcançar níveis de desenvolvimento humano cada vez mais satisfatórios.
A criação, em 1945, da Organização das Nações Unidas (ONU) como consequência da primeira e segunda guerra mundial e das crises econômicas, trouxe um novo ordenamento nas relações internacionais baseado na paz, na cooperação, e na perspectiva de uma atuação comum e solidária entre os povos.
Mas, afinal, o que é cooperar?
Por que os seres humanos cooperam?
Cooperar é “atuar conjuntamente com outros para conseguir um mesmo fim”.
Os seres humanos cooperam para satisfazer necessidades ou realizar ações de interesse comum. A cooperação internacional é uma cooperação que acontece entre diversos países para realização de ações de interesses comuns.
Por exemplo, uma cooperação internacional que visa aumentar o grau da transparência nos mercados financeiros pode ajudar na redução das perdas econômicas e no enfrentamento às crises financeiras.
Nos últimos anos, a prática da cooperação internacional sofreu transformações, se diversificou, e foi além do simples conceito da ajuda humanitária. Atualmente, ela é baseada no desenvolvimento sustentável e no apoio à capacidade individual e das comunidades no intuito de construir um mundo mais equilibrado e mais justo.
A cooperação internacional é muito importante, pois pode tratar de questões essenciais como a paz, segurança, erradicação da pobreza, erradicação do analfabetismo, saúde humana, sustentabilidade ambiental, democratização, desenvolvimento tecnológico, direitos humanos, etc. contribuindo também no apoio à implantação de boas políticas no plano nacional.
A cooperação científica e tecnológica é atualmente um dos setores mais importantes e mais desenvolvidos da cooperação internacional e é explorada de várias formas como o apoio à mobilidade de pesquisadores no desenvolvimento conjunto de pesquisas, a capacitação de recursos humanos de alto nível, a participação conjunta em organismos internacionais, o desenvolvimento de pesquisas em parceria, etc.
Isto é o propósito de um dos programas de cooperação técnico-científica mais arrojado do mundo que é o Programa brasileiro “Ciências sem Fronteiras” criado pelo governo federal em 2011 e cujo objetivo é fortalecer a ciência brasileira por meio do intercâmbio e da mobilidade internacional.
O Programa está investindo 3,2 bilhões de reais até o final de 2015 e prevê a concessão de até 101 mil bolsas (75 mil do Governo e 28 mil da iniciativa privada) em um período de quatro anos para promover intercâmbio tanto de professores pesquisadores como também de alunos de graduação e pós-graduação para fazerem estágio no exterior e manter contato com grandes centros educacionais e de pesquisa no mundo principalmente em relação à tecnologia e inovação.
Além disso, o Programa apoiará a fixação de pesquisadores do exterior no Brasil e o estabelecimento de parcerias entre os pesquisadores brasileiros e estrangeiros nas áreas prioritárias definidas pelo Programa.
O Maranhão não deve está desconectado do Brasil e do mundo. Precisamos participar de um destino planetário que nós é imposto e que exige de nós de assumir muita responsabilidade na busca da excelência e de um futuro melhor para todos.
Infelizmente, nossas universidades estão sendo tímidas neste quesito tão importa que move o mundo atual.
A UFMA está na contramão da história. Seus programas de cooperação internacional estão praticamente parando e o número dos alunos e professores beneficiados é muito fraco. Estamos interagindo muito pouco com o Brasil e com o Mundo e há uma falta tremenda de interesse e de incentivo a este quesito fundamental na formação do cidadão do século XXI e no desenvolvimento de projetos de pesquisa de alta relevância.
Também não há interesse na implantação de programas de bi-diploma onde o aluno participa da grade de dois cursos de duas universidades parceiras e recebe no final do curso dois diplomas i.e. um de cada universidade.
Isto e outros sérios problemas, explicam o descaso que vive nossa universidade federal e que levou a UFMA a atingir seu pior IGC da história com a nota 2,7. O IGC é o principal indicador do MEC para a avaliação do avanço das universidades.
É muito triste o descaso que vive a nossa universidade que, no passado, já foi uma das maiores universidades do nordeste e que, hoje, nem figura entre as primeiras universidades do Maranhão. Lamentável!


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