quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

BIG DATA

Por: Prof. Dr. Sofiane Labidi

Fazer uma ligação telefônica, gravar um vídeo, efetuar uma compra, elabora um projeto, viajar, enviar um e-mail, etc. Tudo isso gera informações que, normalmente, são armazenadas em algum lugar.
Bancos, companhias aéreas, operadoras de telefonia, etc. são exemplos de empresas e órgãos que criam e manipulam diariamente grandes volumes de informações.
Você já parou para pensar na quantidade e variedade de dados que geramos e armazenamos a cada dia, a cada hora, a cada minuto?Câmaras, radares, satélites, computadores, celulares, etc. vigiam nosso mundo, fazendo com que, praticamente, tudo o que acontece seja registrado e armazenado.
Desde a hora que acordamos até a hora que dormirmos, geramos dados e informações que são convertidos e armazenados no mundo digital.  Os dispositivos de armazenamento de dados tanto analógicos como físicos (papel, etc.) são pouco utilizados hoje em dia.
Assim, tudo o que fazemos no mundo real tem seu reflexo no mundo digital. Há hoje cerca de 500 quatrilhões de arquivos digitais no mundo.  Contudo, o que mais assusta é o fato que o volume de dados digitais está dobrando a cada ano.
Em 2012, as informações digitais atingiram cerca de 2 zettabytes (2 trilhão de gigabytes) superando a Lei de Moore que previa que o poder de processamento/armazenamento dos computadores dobraria a cada 18 meses (portanto mais de um ano).
A quantidade dos dados criados e armazenados no mundo de hoje em um único dia é maior do que geramos em todo o ano de 2000, por exemplo.  Estima-se que, em 2020, sejam gerados cerca de 35 zettabytes (ou seja 35 trilhões de gigabytes de informação), e que o conhecimento deverá dobrar no mundo a cada 73 dias apenas.
Este avanço extraordinário no montante das informações geradas necessitade um acompanhamento e de um grande avanço tecnológico, não só para ter a capacidade de armazenar tudo que geramos, mas também, e sobre tudo, para saber fazer as perguntas certas diante dessa montanha de informações.
Quanto mais uma empresa cresce, mais informações ela gera e consequentemente os seus requisitos de tecnologia e armazenamento aumentam.  Portanto, a capacidade de armazenar, proteger, e compartilhar quantidades de dados cada vez maiores, além da capacidade de recuperá-loscom sucesso, rapidez e precisão, é hoje fundamental para aumentar a competitividade empresarial no mercado.
Assim, é muito importante para uma empresa ter bastantes dados armazenados.  Entretanto, a questão hoje é que de nada adianta ter muitos dados se nós não sabemos recuperá-los e usá-los para nós apoiar na tomada de decisão, etc.
É neste contexto que entra em cena um novo conceito chamado Big Data ou Grandes Dados.Big Data é um termo em plena expansãoque está se tornando muito popular.  Ele é usado para descrever o crescimento, disponibilidade, e o uso exponencial de informações estruturadas e não estruturadas nas corporações.
Em termos práticos, Big Data é o estudo e desenvolvimento de soluções tecnológicas que revolucionam a forma de como as empresas, organizações, governos, etc. adquirem, processam, e gerenciam os seus dados.
O uso do Big Data tem muitas aplicações e benefícios tanto individuais para as pessoas como para as comunidades, organizações, e a sociedade em geral, como retrata o filme “Moneyball” (O homem que mudou o jogo) do ator Brad Pitt, onde um gerente de um time de beisebol usava o Big Data para formar um elenco de excelente qualidade sem investir muito recurso.
O mercado do Big Data está em plena expansão movimentando atualmente mais de 26 bilhões de dólares por ano. Contudo, a maioria das empresas ainda não sabe utilizar o potencial do big data.
Isto passa principalmente por um novo entendimento de nosso mundo i.e. uma nova maneira de apreendê-lo.  No passado, nós aprendemos que o mais importante é dar a resposta da melhor forma possível.  Atualmente, no mundo do Big Data, precisamos entender que o mais importante é como perguntar da melhor maneira possível para garantir as informações certas e consequentemente às decisões certas.
A grande questão hoje não é,portanto, porque coletamos uma grande quantidade de informações? mas sim, o que devemos fazer com elas? e como?  As organizações terão que ser capazes de aproveitar os dados relevantes e usá-los para poder tomar as melhores decisões.
O Big Data é baseado no princípio dos 5 “V”:  Valor, Veracidade, Variedade, Volume, e Velocidade, e segue o modelo “Just in Time” que é hoje a palavra de ordem dos negócios do mundo globalizado.Isto é muito importante para as empresas pois lhes proporciona um maior poder e eficiência nas decisão.
As Tecnologias do Big Data, não só apoiam a coleta e o armazenamento de grandes volumes de dados, como também fornecem a capacidade de compreender e obter um valor agregado a partir destes, o que ajuda as organizações a operarem de uma forma mais eficiente e rentável.  Usa-se para isto técnicas como Análise de Redes Sociais, Gestão e Qualidade de Dados, Estatística, Datawarehouse, Mineração de Dados, Mineração de Textos, CRM, ERP, Marketing Digital, SAP, etc.
Há inúmeras ferramentas de Big Data disponíveis hoje no mercado como por exemplo a Hadoop da Apache Foundation, MongoDB da MongoDBInc., Splunk da Splunk Inc., e aAmazon Web Services (AWAS) da Amazon.com que oferece um portfólio completo de recursos de computação em nuvem (CloudComputing) para ajudar os usuários a gerenciarem o big data.  Recentemente, a IBM criou a Big Data University para disseminação do conhecimento na área.
Big Data vem revolucionando áreas que vão desde o combate ao câncer até a espionagem (análise de escutas telefónicas, e-mails, etc.), passando pelo apoio à tomada de decisão das corporações.
O grande desafio do Big Data hoje é quando lidamos com os chamados dados não estruturados que até então só podiam ser compreendidos por pessoas.  São dados de tipo tweets, posts em chats ou em facebook, geolocalizações, vídeos, etc. Este desafio toma mais importância ainda ao constatar que os dados não estruturados representam 85% das informações que as empresas lidam hoje.
É preciso também resolver problemas do tipo: como enfrentara complexidade do aumento exponencial do volumes das informações? como e onde armazenar todos os dados? Fazer backups, etc.?  Como fazer a análise dos dados?  Como descobrir quais dados são realmente relevantes? E como usá-los para um melhor proveito?
Enquanto a quantidade de informação digitais dobra a cada ano, apenas 22% dessas informações são úteis, e apenas 5% são analisadas e utilizadas de alguma maneira pelas empresas,por exemplo em um processo de tomada de decisão.
Isto reforça a importância do Big Data cujo o mercado crescerá 40% ao ano até 2020.A quantidade das informações passará de 2 zettabytes hoje a 8 zettabytes no final de 2015.  É o equivalente à capacidade de armazenamento de 500 bilhões de IPads.
O Big Data é considerado ao mesmo tempo uma evolução euma complementação do Business Intelligence (BI) por aumentar ainda mais sua relevância e utilidade para o negócio. O BI é essencial para o planejamento estratégico organizacional das empresas e necessita do Big Data para promover mais rapidez e inteligência na tomada de decisão.
O Big Data é portanto uma excelente área de conhecimento para exploração por nossos pesquisadores e nossas empresas levando a reduzir custos, obter vantagem competitiva, e aumentar a velocidade da inovação.

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