domingo, 19 de abril de 2015

COOPERATIVISMO

Por: Prof. Dr. Sofiane Labidi

       O capitalismo é um Sistema que sabe gerar riqueza, porém não sabe distribuí-la.  O Comunismo e o Socialismo sabem distribuir riqueza, mas não sabem gerá-la.  Entretanto, o Cooperativismo é o único Sistema econômico que sabe fazer as duas coisas: gerar riqueza e distribuí-la.
       Cooperativismo significa a união de pessoas para criação de riqueza sob uma base de gestão democrática e a distribuição desta de uma forma equitativa.  Uma cooperativa é uma associação autônoma de pessoas (acima de 20) que se juntem, voluntariamente, para satisfazer aspirações e necessidades econômicas, sociais e/ou culturais comuns, por meio de uma empresa de propriedade coletiva e democraticamente gerida.
       Forte de valores como equidade, solidariedade, gestão compartilhada, valorização e priorização do capital humano em detrimento do capital financeiro, distribuição, e sustentabilidade, o Cooperativismo é muito mais que um negócio, é uma filosofia capaz de unir desenvolvimento econômico e bem estar social.  É um modelo alternativo que combina produtividade e responsabilidade social e que busca uma sociedade próspera, mais justa e mais humana.
        O cooperativismo é um movimento que gera hoje qualidade de vida para mais de um bilhão de cooperados no mundo.  Este número é muito superior aos 328 milhões de acionistas de empresas de capital.  O cooperativismo emprega atualmente mais de 100 milhões de pessoas.  Nos Estados Unidos, a população cooperativista é de 120 milhões de pessoas.  No Brasil, segunda a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), existem hoje no país cerca de 6.700 cooperativas com mais de 9 milhões de associados e cerca de 300 mil funcionários.  As cooperativas atuam em 13 segmentos diferentes.          Porém, um pouco menos da metade das cooperativas brasileiras atuam nos setores de agropecuária e de crédito congregando 4 milhões de associados de um total de 9 milhões.  No Maranhão, há cerca de 600 cooperativas.  Porém, apenas 50 delas têm suas documentações em dia.
Para apreendemos a importâncias das cooperativas em relação aos bancos, basta observemos, por exemplo, o desempeno dos bancos.  De acordo com dados do Banco Central (BACEN), as 76 agências bancárias instaladas em São Luís lucrarem de janeiro de 2010 a junho de 2011 (18 meses) 692 milhões de reais.  Infelizmente, este dinheiro tem achado seu paradeiro nos grandes centros financeiros do País, deixando a comunidade ludovicense e a economia local carente de recursos para o desenvolvimento de suas atividades.
     Em nível nacional, apenas nas regiões Sudeste e Centro-oeste que o volume das captações dos bancos é menor que o volume dos investimentos (empréstimo, financiamentos, etc.).  Isto mostra que tais regiões recebem recursos externos vindo das outras regiões.  No Maranhão, o superávit total das 276 agências bancárias do estado é de 317 milhões (2011)
    Diferentemente do sistema bancário, o cooperativismo é um mecanismo que proporciona que os recursos fiquem nos municípios e beneficiem seus titulares.  As cooperativas de crédito, por exemplo, é um importante mecanismo para implementar ações que promovam a inserção de comunidades carentes na cadeia produtiva e fomentar portanto o crescimento econômico.  Suas vantagens são enormes, pois a cooperativa de crédito é dirigida e controlada pelos próprios cooperados, todos os associados têm acesso ao crédito sem distinção, e com menor custo operacional em relação aos bancos, menor taxa de juros nas operações de crédito, menores tarifas de prestação de serviços, menos impostos e tributos, e maior rendimento nas aplicações financeiras.  A concessão do crédito é imediata e sem burocracia, o atendimento é personalizado, a aplicação dos recursos é feita na própria classe e as sobras e excedentes são distribuídas entre os cooperados.  Além disso, as cooperativas têm um fundo de assistência aos cooperados e um fundo de reserva.
   Ficou comprovado que as cooperativas exercem um papel fundamental no desenvolvimento econômico e social de centenas de milhões de pessoas pelo mundo.  Portanto, cabe a todos: governos, cooperativas e as organizações representativas do setor de encontrar as formas de dar ênfase à decisão da ONU.  As universidades precisam contribuir, por exemplo, criando cursos relacionados como o de “Gestão de Cooperativas”, etc.
As secretarias de trabalha e renda devem dar mais importância a esta ferramenta extraordinário de combate à pobreza e à desigualdade.  O SEBRAE e a FIEMA podendo também ter um papel fundamental no fortalecimento do setor.  Salientamos ainda a bela inciativa da Associação Comercial do Maranhão que, no ano internacional do cooperativismo e quadricentenário de nossa querida São Luís, está instalando a cooperativa de crédito dos empresários do Maranhão.  Também, a Organização das Cooperativas do Estado do Maranhão (OCEMA) e os órgãos municipais competentes pelo esforço na definição e implantação da Política Municipal de Cooperativismo.
       Devemos sensibilizar sobre a importância desta ferramenta econômica e social, e de promover a criação e o desenvolvimento desse modelo que, nos últimos anos, vem atraindo o interesse tanto dos economistas como dos empreendedores.
    Precisamos entender que há milhares de maneiras de fazer negócios e que necessitamos trabalhar juntos de forma cooperativa.  Fica aqui registrada a nossa homenagem e nosso reconhecimento do papel fundamental das Cooperativas na promoção do desenvolvimento socioeconômico de centenas de milhões de pessoas em todo o mundo e parabenizamos a categoria pelo ano internacional do cooperativismo.

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