Por: Prof. Dr. Sofiane Labidi
O capitalismo é um Sistema que sabe gerar riqueza, porém não
sabe distribuí-la. O Comunismo e o Socialismo
sabem distribuir riqueza, mas não sabem gerá-la. Entretanto, o Cooperativismo é o único
Sistema econômico que sabe fazer as duas coisas: gerar riqueza e distribuí-la.
Cooperativismo significa a união de pessoas para criação de
riqueza sob uma base de gestão democrática e a distribuição desta de uma forma
equitativa. Uma cooperativa é uma
associação autônoma de pessoas (acima de 20) que se juntem, voluntariamente,
para satisfazer aspirações e necessidades econômicas, sociais e/ou culturais
comuns, por meio de uma empresa de propriedade coletiva e democraticamente
gerida.
Forte de valores como equidade, solidariedade, gestão
compartilhada, valorização e priorização do capital humano em detrimento do
capital financeiro, distribuição, e sustentabilidade, o Cooperativismo é muito
mais que um negócio, é uma filosofia capaz de unir desenvolvimento econômico e
bem estar social. É um modelo
alternativo que combina produtividade e responsabilidade social e que busca uma
sociedade próspera, mais justa e mais humana.
O cooperativismo é um movimento que gera hoje qualidade de
vida para mais de um bilhão de cooperados no mundo. Este número é muito superior aos 328 milhões
de acionistas de empresas de capital. O
cooperativismo emprega atualmente mais de 100 milhões de pessoas. Nos Estados Unidos, a população
cooperativista é de 120 milhões de pessoas.
No Brasil, segunda a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), existem
hoje no país cerca de 6.700 cooperativas com mais de 9 milhões de associados e
cerca de 300 mil funcionários. As
cooperativas atuam em 13 segmentos diferentes. Porém, um pouco menos da metade das cooperativas
brasileiras atuam nos setores de agropecuária e de crédito congregando 4
milhões de associados de um total de 9 milhões.
No Maranhão, há cerca de 600 cooperativas. Porém, apenas 50 delas têm suas documentações
em dia.
Para apreendemos a importâncias das cooperativas em relação
aos bancos, basta observemos, por exemplo, o desempeno dos bancos. De acordo com dados do Banco Central (BACEN),
as 76 agências bancárias instaladas em São Luís lucrarem de janeiro de 2010 a
junho de 2011 (18 meses) 692 milhões de reais.
Infelizmente, este dinheiro tem achado seu paradeiro nos grandes centros
financeiros do País, deixando a comunidade ludovicense e a economia local
carente de recursos para o desenvolvimento de suas atividades.
Em nível nacional, apenas nas regiões Sudeste e Centro-oeste
que o volume das captações dos bancos é menor que o volume dos investimentos
(empréstimo, financiamentos, etc.). Isto
mostra que tais regiões recebem recursos externos vindo das outras
regiões. No Maranhão, o superávit total
das 276 agências bancárias do estado é de 317 milhões (2011)
Diferentemente do sistema bancário, o cooperativismo é um
mecanismo que proporciona que os recursos fiquem nos municípios e beneficiem
seus titulares. As cooperativas de
crédito, por exemplo, é um importante mecanismo para implementar ações que
promovam a inserção de comunidades carentes na cadeia produtiva e fomentar portanto
o crescimento econômico. Suas vantagens
são enormes, pois a cooperativa de crédito é dirigida e controlada pelos
próprios cooperados, todos os associados têm acesso ao crédito sem distinção, e
com menor custo operacional em relação aos bancos, menor taxa de juros nas
operações de crédito, menores tarifas de prestação de serviços, menos impostos
e tributos, e maior rendimento nas aplicações financeiras. A concessão do crédito é imediata e sem
burocracia, o atendimento é personalizado, a aplicação dos recursos é feita na
própria classe e as sobras e excedentes são distribuídas entre os cooperados. Além disso, as cooperativas têm um fundo de
assistência aos cooperados e um fundo de reserva.
Ficou comprovado que as cooperativas exercem um
papel fundamental no desenvolvimento econômico e social de
centenas de milhões de pessoas pelo mundo. Portanto, cabe a todos: governos,
cooperativas e as organizações representativas do setor de encontrar as formas
de dar ênfase à decisão da ONU. As
universidades precisam contribuir, por exemplo, criando cursos relacionados
como o de “Gestão de Cooperativas”, etc.
As secretarias de trabalha e renda devem dar mais
importância a esta ferramenta extraordinário de combate à pobreza e à
desigualdade. O SEBRAE e a FIEMA podendo
também ter um papel fundamental no fortalecimento do setor. Salientamos ainda a bela inciativa da
Associação Comercial do Maranhão que, no ano internacional do cooperativismo e quadricentenário
de nossa querida São Luís, está instalando a cooperativa de crédito dos
empresários do Maranhão. Também, a
Organização das Cooperativas do Estado do Maranhão (OCEMA) e os órgãos
municipais competentes pelo esforço na definição e implantação da Política
Municipal de Cooperativismo.
Devemos sensibilizar sobre a importância desta ferramenta
econômica e social, e de promover a criação e o desenvolvimento desse modelo
que, nos últimos anos, vem atraindo o interesse tanto dos economistas como dos
empreendedores.
Precisamos entender que há milhares de maneiras
de fazer negócios e que necessitamos trabalhar juntos de forma cooperativa. Fica aqui registrada a nossa homenagem e
nosso reconhecimento do papel fundamental das Cooperativas na
promoção do desenvolvimento socioeconômico de centenas de milhões de pessoas em
todo o mundo e parabenizamos a categoria pelo ano internacional do
cooperativismo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário