segunda-feira, 6 de abril de 2015

CONHECIMENTO E INOVACAO


     
       Por: Prof. Dr. Sofiane Labidi
      Considero a “empresa” a célula mais importante da sociedade e seu principal motor de desenvolvimento.  Isto porque, além das suas responsabilidades sociais, a empresa tem grandes capacidades de geração de trabalho e renda e é evidente hoje o papel fundamental que as empresas têm na economia regional e nacional. 
   As Micro e Pequenas Empresas (MPEs) representam a grande fatia deste seguimento e são responsáveis por mais de 50% dos empregos gerados no país tendo assim uma grande influência no fortalecimento das economias locais.
      A globalização da economia quebrou todas as barreiras e colocou as empresas em competição aberta diante de um mercado heterogêneo e muito dinâmico aumentando as ameaças às empresas locais, regionais e nacionais.  Uma empresa Maranhense, por exemplo, está em competição direta com empresas chinesas, francesas, norte americanas; etc.  Assim, a competitividade do Maranhão passou a depender da capacidade de valorização de seus recursos locais no mercado global.
      Portanto, está em jogo a sobrevivência das empresas e a estratégia para enfrentar este desafio é a inovação tecnológica.  No mercado globalizado, a competitividade está dependendo, cada vez mais, da capacidade da empresa aprender e inovar.  Os esforços deverão logo se concentrar na implantação e manutenção, na empresa, de uma estrutura própria de Aprendizagem Organizacional e de Pesquisa,      
      Desenvolvimento e Inovação -PD&I para desafiar esta nova realidade competitiva.  A inovação passou a ser um elemento estratégico e motor do crescimento econômico sustentável, pois aumenta a produtividade e a competitividade, e cria mercados.
      Não devemos observar a inovação como algo complexo, concentrado na alta tecnologia e envolvendo grandes investimentos.  A inovação pode ser realizada por qualquer empresa, qualquer que seja seu tamanho e seu orçamento e em qualquer nível: no produto, no processo, no serviço, ou em ambos; no estratégico, no tático, ou no operacional.
      Uma pequena panificadora de São Paulo, para enfrentar a forte competitividade das redes de supermercados, inovou implantando uma central de produção de pães congelados.  Isto permitiu a expansão da empresa que, em pouco tempo, aumentou de oito vezes o seu faturamento, inaugurou duas novas filiais, e quadriplicou o número de seus funcionários.  Esta é uma inovação técnica de processo que exigiu da empresa pesquisa para desenvolver um conhecimento tecnológico necessário para leitura de código de barras e para o próprio processo de congelamento.
      Os desafios mudaram e as inovações tecnológicas decorrentes do conhecimento e da pesquisa sistemática já dominam a nova economia.  Para ilustrar esta mudança, basta observar que na área da agricultura, por exemplo, não é preciso ter apenas água, terra, e sol para ser competitivo; existem hoje os grãos geneticamente modificados que têm um grande valor agregado e que são resultados de pesquisas inovadoras.  Isto mostra a importância do conhecimento como fator estratégico das empresas, capaz de gerar vantagens competitivas e diferenciais de mercado.
      As organizações estão se esforçando cada vez mais em criar, armazenar, transferir e aplicar o conhecimento.  No Maranhão, poucas empresas exercem algum tipo de ação para colocar a Inovação Tecnológica em prática.  Contudo, iniciativas interessantes surgiram como o programa “Inova Maranhão” da FAPEMA lançado no AmazonTech 2008, o SIBRAETEC e os Agentes Locais da Inovação do SEBRAE Maranhão, os programas de Inovação da FIEMA, a criação de Núcleos de Inovação Tecnológica nas nossas universidades: IFMA, UFMA e UEMA.  Entretanto, é preciso convergir tais iniciativas buscando elaborar uma Política Estadual da Inovação criando um Conselho Gestor e um Observatório da Inovação.
      Precisamos urgentemente de um marco regulatório para esta finalidade, Leis Estadual e Municipais da Inovação, Leis Estadual e Municipais do Bem e de Informática.  A Lei Estadual da Inovação é uma das exigências do Ministério de Ciência e Tecnologia –MCT que espera que todos os estados da federação tenham suas Leis estejam aprovadas e em funcionamento.  A Lei da Inovação deve estabelecer regras para o investimentos de recursos públicos Estaduais e Municipais em projetos de Inovação nas Empresas, regulamentar a participação de Pesquisadores em Projetos de Inovação Tecnológica nas Empresas e criar o Fundo Estadual/Municipal da Inovação garantindo assim subsídio para o investimento nesta área. Infelizmente, a Lei da Inovação do Maranhão foi desenvolvida pela Fapema e pronta deste o início de 2009, nunca foi encaminhada à Assembleia para aprovação.
          Precisamos também disseminar a cultura da inovação na nossa academia e junto com os nossos empresários, implantando a disciplina de Empreendedorismo em nossos currículos acadêmicos, encorajando a instalação de Empresas Juniores, e apoiando a criação da Rede Maranhense de Incubadoras de Empresas.
      Nossa academia precisa rever seu papel na sociedade e se abrir para o mundo externo, trabalhando de forma eficiente o tripé Ensino-Pesquisa-Extensão com foco na Inovação.  Precisamos também encontrar mecanismos para fortalecer a interação Universidade-Empresa.  Isto é fundamental para o sucesso da implantação de uma Política de Inovação no Estado além de sensibilizar e capacitar nosso empresário no uso das tecnologias e na busca contínua por inovações.
Para consolidar tais iniciativas, precisamos urgentemente consolidar um Parque Tecnológico no Estado.  O Maranhão é, hoje, o único Estado do Nordeste sem ter um Parque Tecnológico instalado no seu território.  Estados como São Paulo, por exemplo, tem quinze Parques Tecnológicos.  A instalação de um Parque Tecnológico no Estado atrairá grandes  investimentos do setor privado além de incentivar a instalação no Maranhão de grandes empreendimentos.  O Parque deve implantar um Centro de Transferência de Tecnologia e de Negócios e contemplar áreas estratégicas para o estado como um Polo de Biotecnologia, um Polo de Software, um Polo de Biocombustíveis e Energias Renováveis, um Polo Aeroespacial, um Polo de Agronegócio, Incubadoras de Empresas, etc.
       É neste quadro de orientação que deve se inscrever nossa abordagem prospectiva da implantação do Parque Tecnológico do Maranhão, buscando assim a emergência de um clima de Pesquisa propício à Inovação Tecnológica e consequentemente à melhoria da competitividade econômica do Estado e à geração de trabalho e renda transformando conhecimento em riquezas que beneficiam todos os maranhenses.

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