Tecnologia ainda deve demorar alguns
anos até que possa ser colocada em prática; detritos podem causar sérios
problemas para satélites e redes de comunicação.
Nate CochraneDa BBC
Cientistas temem que que lixo espacial
atinja satélites, criando reação em cadeia que pode afetar redes de
telecomunicação.
(Foto: Thinkstock)
Neste exato momento,
centenas de milhares de detritos estão orbitanto em alta velocidade ao redor da
Terra, correndo o risco de colidir com satélites e causar incidentes que podem
afetar de maneira crítica redes de telecomunicação que usamos em nosso
cotidiano.
Agora, uma empresa
australiana está tentanto desenvolver uma técnica que utiliza raios laser para
monitorar este lixo espacial potencialmente perigoso que orbita a 38 mil
quilômetros acima de nossas cabeças.
Mas, além disso, eles pretendem
utilizar raios laser para tentar desviar e destruir esses detritos, em uma
estratégia digna de filmes de ficção científica.
A tecnologia para se
conseguir chegar a esse ponto, no entanto, ainda está em seus primeiros passos
e deve levar algumas décadas até que possa ser colocada em prática.
Lixo espacial
Segundo
o diretor-executivo da Electro Optic Systems (EOS), Ben Greene, uma das grandes
preocupações das agências espaciais é que um destes detritos de lixo espacial,
como um simples parafuso, possa atingir um satélite, lançando destroços que
atingiriam outros satélites, em uma reação em cadeia.
Cada um desses satélites
custa entre US$ 2,5 milhões e US$ 2,5 bilhões e pode levar até um ano para ser
lançado, o que faz com que os prejuízos causados por danos nestes aparelhos
sejam enormes.
Além disso, de acordo com Greene,
existem cerca de 20 mil objetos em órbita com tamanho maior que bolas de
futebol, além de centenas de milhares que têm aproximadamente o tamanho de uma
noz.
É apenas questão de tempo – 20 anos de
acordo com estimativas - até que esses objetos se acumulem e formem grandes
pilhas de lixo espacial ao redor da Terra, o que torna medidas contra esses destroços
urgentes.
“Uma vez que isto comece a acontecer, é
quase impossível parar. É 100% certo de que isso vai acontecer, a única coisa
que não temos certeza é quando isso vai ocorrer”, diz Greene.
“Estamos falando de cerca de US$ 870
bilhões (em prejuízos) que podem ser perdidos em poucas semanas”, diz.
Plano agressivo
Existem cerca de 20 mil objetos em
órbita com tamanho maior que bolas de futebol, além de centenas de milhares do
tamanho de uma noz (Foto: NASA)
A EOS pretende começar a utilizar raios
laser lançados a partir da Terra para monitorar esses objetos, mas esta
estratégia tem o objetivo de apenas “ganhar tempo”, disse Greene.
O estágio mais “Guerra nas Estrelas” do
programa deve começar em seguida, assim que os especialistas consiguerem
desenvolver raios laser capazes de desviar estes objetos para a atmosfera, onde
eles se desintegrariam de maneira segura.
Mas, antes disso, os pesquisadores têm
o desafio de conseguir colocar em prática os experimentos desenvolvidos em seus
laboratórios.
“Mesmo uma pequena quantidade de luz exerce pressão sobre a superfície
sobre a qual incide”, diz Greene. “Objetos de entre 5 e 10 centímetros são
propícios de serem movimentados utilizando luz, e eles representam 90% da
ameaça aos satélites”.
A EOS fechou um contrato com a companhia aeoroespacial americana
Lockheed Martin para a construção de uma estação de monitoramento de detritos
no oeste da Austrália,
mas devem se passar alguns anos até que a empresa consiga mover objetos em larga
escala por meio de raios laser.
De acordo com Greene, a companhia deve começar a ser capaz de mover
objetos com laser em 10 ou 20 anos, mas outro grande desafio será a
industrialização desta tecnologia, com a construção de estações capazes de
utilizar a técnica em várias partes do mundo.
Greene classifica seus planos como “os mais agressivos do mundo” para
lidar com o problema do lixo espacial.
"Quando estivermos operando de maneira total, poderemos salvar de
quatro a cinco satélites por ano", diz.
Veja noticia
http: //g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2014/11/australianos-planejam-uso-de-laser-para-limpar-lixo-espacial.html
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