Quem
não se lembra da famosa máxima do francês Antoine Lavoisier: “na natureza, nada
se cria, nada se perde, tudo se transforma” que traduz a lei da conservação da
matéria. Lavoisier foi considerado o pai
da Química moderna. Com 22 anos de
idade, esta mente brilhante recebeu a medalha de ouro da academia francesa de
ciências, e aos 25 anos, ele se tornou membro desta academia.Infelizmente, ele
foi guilhotinado, nos tempos da revolução francesa, no fim do século
XVIII. A comunidade científica lamentou
muito a morte de Lavoisier. Alguns
comentários da época foram taxativos ao afirmarem: “eles precisarem de alguns
segundos para se livrar desta cabeça, entretanto nem 100 anos serão suficientes
para reproduzir uma mente semelhante”.
Infelizmente,
em pleno século XXI, o Maranhão tem mais 19% de sua população analfabeta, i.e.,
praticamente uma a cada cinco pessoas é analfabeta. O Maranhão é o terceiro pior estado da
federação em alfabetização. No brasil, a
taxa é de mais de 9%, ou seja um a cada dez pessoas é analfabeto. Isto atrapalha qualquer projeto de
desenvolvimento de um país.
O
analfabetismo entre jovens e adultos é uma questão que deve envergonhar a cada
um de nós.O analfabetismo deve ser tratado como um enorme problema social, uma
barbaridade que precisa ser sanada urgentemente.
Os
números se agravam quando o assunto é analfabetismo funcional e muito mais
ainda quando a analisarmos o analfabetismo digital. O analfabeto funcional é aquele que sabe ler,
mas não consegue interpretar e entender o que ele está lendo. Um em cada cinco brasileiros acima de 15 anos
(20,3%) é analfabeto funcional, ou seja, mais de 20 milhões da população
adulta.
A
ONU lançou em 2003 a Década da Alfabetização e definiu metas personalizadas
dentro de seu segundo objetivo de desenvolvimento do milênio -ODM para
acompanhamento da evolução do combate ao analfabetismo até 2015. A ONU, e especificamente a UNESCO, considera
um território livre do analfabetismo quando este tem uma população alfabetizada
acima dos 96%. Isto é, a população
analfabeta tem que ser abaixo dos 4%.
O
analfabetismo é uma questão crônica e é um dos fatores da vulnerabilidade
social. De fato, a população analfabeta é
excluída pois tem dificuldades de ser absorvida pelo mercado.
Combater
o analfabetismo exige compromisso, dedicação e muita vontade política por parte
de nossos governantes.Precisamos, portanto, de uma grande campanha de
erradicação do analfabetismo no Estado.
Quando falo de campanha de erradicação, penso na definição de metas e
prazos. É preciso também envolver
parceiros como as prefeituras, ONGs, igrejas, famílias, etc. mobilizando todos
para atingir este grande objetivo.
O
governo que se instala em janeiro de 2015 no nosso estado, pode e deve colocar
entre suas mobilizadoras a erradicação do analfabetismo com prazos e metas
pré-estabelecidos. São Luís, por
exemplo, com uma taxa de 4,5% é muito próximo de ser declarado livre de
analfabetismo desde que haja um interesse e uma dedicação em fazê-lo. Afina, não é coincidência que 8 de setembro
que é a data do aniversário de São Luís coincide com o dia internacional de
combate ao analfabetismo. São Luís,
Atenas Brasileira, capital americana da cultura, terra de muitos poetas,
escritores, artistas, e homens da ciência, merece este destaque.
Contudo,
vale ressaltar que pouco adianta tirar as pessoas do analfabetismo se elas não
consigam avançar na sociedade. Assim, é
preciso pensar em um programa que lhes traz uma verdadeira inclusão social
(cidadania, profissionalização, empregabilidade, etc.). É por isso que os projetos de erradicação do
analfabetismo devem caminhar juntos com os programas de combate à pobreza, pois
o combate à pobreza passa também pela alfabetização do povo.
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