quarta-feira, 22 de outubro de 2014

O CAMINHO É O CONHECIMENTO

O Brasil é bem-sucedido no que diz respeito à geração de conhecimento tendo uma produção científica que corresponde a 2,5% da produção mundial.  Apesar disso, respondemos por apenas 0,1% das patentes depositadas no mundo.  Patente, é um monopólio concedido pelo Estado (por meio do Instituto Nacional de Propriedade Industrial –INPI), durante um certo período de tempo (15 a 20 anos) em troca da proteção e da divulgação de uma invenção.  A geração de patentes é hoje um indicador fundamental que mede o quanto um País ou uma Cidade é inovador e condiciona, portanto, seu grau de competitividade.
Como conseqüência desse mau desempenho na geração de Inovações e patentes, o Brasil ocupa hoje a 56ª posição no ranking mundial de competitividade, de acordo com o Relatório de Competetividade Global divulgado pela escola mundial de negócios (INSEAD) e o Fórum Econômico Mundial (WEF).  Tais estudos mostrarem também que o Brasil continua sendo o país menos competitivo entre os BRICs - bloco econômico dos países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia e China.
Isso é causado principalmente pela falta de incentivo à Pesquisa e à Inovação e pelo baixo investimento na formação e capacitação de Doutoresno exterior.  Esse último ponto constitua uma política equivocada que foi adotada pelo Governo Brasileiro desde 2005 eque está tendo um reflexo negativo sobre o Sistema.  De fato, no Brasil, embora tenhamos excelentes cursos de Mestrado, os programas de doutorado no País não atingirem ainda o nível de excelência exigido internacionalmente.  Este equívoco está sendo corrigido pelo Governo Federal ao lançar o Programa “Ciência sem Fronteiras” que está investindo cerca de 2 bilhões de reais para viabilizar o intercambio científica e formação de recurso humanos de nível em grandes centros de Pesquisa no mundo.
Quanto ao incentivo à Inovação, foi apenas em 2004 que políticas governamentais na área foram iniciadas.  O marco regulatório da inovação no Brasil é constituído por instrumentos como a Lei da Inovação (Lei Nº 10.973/2004), a Lei do Bem (Lei Nº 11.196/2005); a Lei de Informática (Lei Nº11.077/2004); a Lei Rouanet da C&T (Lei Nº 11.487/2007); a Lei Complementar (Lei Nº 123/2006); e o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.
Em 2009, um decreto presidencial instaurou o Dia Nacional da Inovação em 19 de outubro de cada ano.  O Brasil traçou também, como meta, triplicar os investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento -P&D para atingir 2,5% do Produto Interno Bruto –PIB que até então nunca ultrapassam os 0,4% do PIB.
Apesar de todos os esforços, a cultura da inovação continua muito tímida localmente, regionalmente e nacionalmente.  A exemplo do Maranhão, o Nordeste Brasileiro apresenta apenas 5% dos pedidos de patentes depositados no INPI.
É preciso, portanto, entender a importância do papel da Inovação na agenda empresarial e nacional, difundir e absorver a cultura da Inovação no mundo acadêmico e na sociedade, e investir fortemente na pesquisa e inovação como forma de geração de riquezas.
Há hoje uma consciência muito grande com relação à importância do conhecimento e uma convicção do que a ciência e tecnologia não podem ser limitadas a uma elite, mas sim interessam a todos.  Basta olhar ao nosso redor para perceber o quanto a ciência e a tecnologia são importantes para todos.  De fato, o que será de nós sem o carro, sem a caneta, sem o avião, sem o computador, sem a máquina fotográfica, sem o celular, sem a televisão? O que será de nosso agricultor sem os agrotóxicos, sem as ferramentas de trabalho?  A nossa educação precisa da tecnologia, a saúde precisa da pesquisa e da tecnologia, todos precisam da ciência e da tecnologia!  A Ciência é um campo transversal que mexe com todas as áreas e não há progresso em nenhuma área, sem o auxílio da ciência e da tecnologia.
Temos apenas duas opções de caminho a trilhar: ou (1) continuaremos sendo meros usuários e copiadores de modelos produzidos por terceiros, ou (2) tenhamos a corageme a determinação de enfrentar o desafio e de apostar na implantação de uma base científica e de inovação sólida, que se adéqua a nossa realidade e que nos leva à condição de produtor de tecnologia.
Isto não é uma utopia e os casos de sucesso são inúmeros no Brasil e no mundo.  O Porto Digital de Recife está revolucionando a economia local.  Os Polos de Software de pequenos municípios como Bulmenau e Santa Rita de Sapucaí, estão gerando milhares de empregos e divisas para seus municípios.  Mas, o exemplo mais intrigante é o da Coréia, um país pequeno (1% do território brasileiro) que, alguns anos atrás, era considerado o lixo da Ásia, tornou-se, hoje, um dois países que mais gera inovações e patentes no mundo.  Isto por que, alguns anos atrás, tomou a decisão de investir prioritariamente e maciçamente em uma educação de qualidade aliada à ciência, tecnologia e inovação.

Vamos, portanto, fazer com que esta consciência seja compartilhada e acompanhada cada vez mais por nossos Governos.  Na era do conhecimento, a Ciência, Tecnologia e Inovação passarem a ser um elemento estratégico e motor do crescimento econômico sustentável, aumentando a produtividade e a competitividade, e criando mercados e consequentemente trabalho, renda, e qualidade de vida para as pessoas.

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